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10 de fevereiro de 2013

organizing ideas

A chuva não parou,
e a minha alma pedia mais.
Só gritava, implorava.
Gritava para que não parasse,
gritava para que ele voltasse.

Eu não parei.
Eu nunca parei de correr (por ti).
Sempre me levantei às oito
Sempre me deitei às nove
Meu coração parou,
meu coração morre.

Acorda! Acorda!
Vive! Encarna! Ascende!
Recorda e finge
que a tua alma ainda me pertence.
Dá vida ao que é meu,
deixa a carne envolver o sentimento.
Deixa as palavras serem o elo
Que dão origem ao movimento.

Leva-me na liberdade,
sem qualquer responsabilidade.
Corre para longe, para nunca mais voltar.
Para nunca mais me enfrentar
Para não ter de te ver.

Já não nos merecemos,
seguimos rumos distintos,
já não nos conhecemos.
Quem somos? O que vivemos?

Somos a carne que somos,
seremos aquilo que ouvimos?
Para quê estes elos da criação?,
se não foi paixão a definição.

Ouvi dizer que foste meu,
mas eu já não o senti, não agora.

O fogo tudo comeu,
serei medo ou amora?
Qual dos frutos irá brotar deste peito?
Algo terá de ser feito.
Qual será o novo sentimento que cresta?
De onde vão sucumbir meus pés?
Se já nem sei quem tu és.

Varreste a minha alma perdida.
Levaste meu coração tão cheio
que sinto eu agora, que senti eu antes?
Onde estou eu se não estou a meio?

Meu triste sorriso,
Meu lento caminhar,
Já não sei o que piso
Não sei se é terra se é mar...

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